sábado, 4 de outubro de 2008

Quem disse que anjos não tem asas II

Hoje eu fiz uma limpeza no pátio, coisa que a mãe adorava fazer, e como ela dizia, era o maior prazer dela, e deixei acumular muitas folhas desde a partida dela. O Marcelinho fez uma limpeza bem matada durante a semana e havia deixado pelo meio do caminho, então fui lá para deixar tudo como a velhinha gostava.
Quando eu tava terminando o trabalho, uma vizinha apareceu para conversar, ela é filha do casal referido no sonho do Marcelinho (Pedrozo).
Contei a ela sobre o sonho, e sobre outras coisas que aconteceram, como as cartas deixadas, as vezes que a mãe falou sobre eles e tudo mais.
Não é que eu sabia que tinha alguem nos observando o tempo todo, pois é, quando olho para o meio das taquareiras, tava ali ele, um beija flor espiando o que estavamos fazendo.
Eu acredito muito mais em anjos alados que possam imaginar

terça-feira, 30 de setembro de 2008

E quem disse que anjos não tem asas


O mais belo relato pós passagem de nossa mãe, fôra o de nossa irmã Jurema, no qual chamamos carinhosamente de Jú, ou simplesmente mana.
Desde que a mana começou a trabalhar fora de casa, perto de seus dezoito anos, ela trabalhou em empresas de securidade social, e após algum tempo desenvolvendo atividades regulares de escritório, foi designada com secretária executiva, função na qual desempenhou até no ano passado, antes de receber uma promoção na empresa que trabalha hoje em dia.
30 de setembro alem de ser comemorado o dia da bíblia, também se comemora o dia secretária, ocasião que a mana recebia flores de colegas, superiores e clientes, todos os anos. Sua sala ficava toda colorida e aromática, e de praxe, ela recolhia todas ao final do dia e levava para casa de nossa mãe. A mãe ficava muito feliz e de imediato já começava a arruma-las para levar a Capela Dom Orione, afim de decorar o altar de Nossa Senhora. E ano após ano isso se sucedeu, até este que nossa mãe foi elevada e que a mana não está mais atuando na função de secretária.
A empresa que a mana trabalha, fica em pleno centro da cidade, em plena selva de pedra, com raríssimos exemplares de fauna ou flora, local que em geral se caracteriza pela cor cinza. Sua sala fica num dos últimos andares de um prédio razoávelmente alto, e de sua janela, podemos fitar uma bela imagem do estuário do Rio Guaíba.
A mana relata que ao chegar no trabalho ficou muito chateada, pois sabia que não teria o mesmo mimo de todos os anos, mas de súbito, adentra um rapaz em sua sala, portando um ramalhete com flores explêndidas. Ela de cara, perguntou ao entregador, se ele estava entregando a pessoa certa, e ele confirmou que sim, pois sua empresa lembrou-se dela. Lógico que deste instante em diante, a emoção tomou-a novamente, pois aconteceu o inesperado e ela poderia levar as flores até o altar da igreja.
Depois de uma manhã de emoção, ela arrumou sua mesa, deixou a janela aberta para arejar a sala, e saiu para o intervalo de almoço. Em seu retorno encontra a mesma colega que lhe presenteara dias antes com a Sagrada Família, em pleno extase e fica intrigada com a cena em voga.
Sua colega, nervosa, lhe conta que ao sair para o almoço, passou na frente da sala da mana, e olhou na direção da flor que estava lá, e quando prestou mais atenção, viu que existia algo mais, e para surpresa dela, havia um beija-flor deliciando-se no nectar daquela flor. O bichinho fartou-se e depois tentou sair, mas não conseguia, batendo nos vidros da sala ficou atordoado e dizem que foi um grande mutirão para ajudar o pobre a achar o caminho da rua, mas ele insistentemente voada sem rumo, e sucegou somente quando bateu num objeto sob a mesa, e ficou ali parado. Veio um jovem colega e pegou-o nas mãos, e o conduziu até a janela. Quando foram ver em qual objeto ele havia batido, viram que tratava-se de um bibelo portanto uma plaquinha com os dizeres de "eu te amo".
Vocês acreditam que anjos existem, e tem asas? Nós sim.

sábado, 20 de setembro de 2008

Compromissos assumidos, promessas cumpridas


Muitos são os relatos que chegam a nós, de pessoas que sonham com nossa mãe, e em todos, nossa mãe diz que esta muito bem, e em geral aparece acompanhada de pessoas que lhe foram queridas em vida.
Começaremos nosso relato de hoje, com referência a extrema religiosidade de nossa mãe, e as formas que ela usava para divulgar sua fé. Sua formação católica, lhe permitia distribuir souvenirs com dogmas católicos de todas as formas, pois ela gostava muito de presentear as pessoas queridas com rosários, crucifixos, escapulários e outros semelhantes, chegou até montar um pequeno "studio" em volta de um sofá, em nossa sala, para confeccionar todo tipo de artesanato, ao qual foram distribuidos com muito carinho a uma série de pessoas.
Um de seus presentes, foi dado a sua netinha, a Marina, que era um bonequinho da Sagrada Família com uma auréula dourada, e que a faxineira quebrou sem querer num dia de limpeza. Nossa mãe havia prometido a Marina que iria concertar o mesmo em sua oficina ou comprar um novo para ela, porem veio a falecer antes de cumprir sua promessa, coisa que chateou muito a sua netinha.
Logo após a passagem de nossa mãe para o outro plano, uma colega de nossa irmã, chegou com um embrulho nas mãos, dizendo que não sabia porque, mas que, ao olhar numa vitrine tal souvenir, fôra tomanda de grande ímpeto, e sem explicação, resolveu compra-lo para presenter a Jurema com tal, e para surpresa dela e de todos nós, qual não era o presente? Exato, um souvenir com imagens da Sagrada Família.
Escrever neste blog é legal, porque podemos ir atualizando a todos com estas coisas bonitas que nos acontecem sempre. Que Deus abençõe suas vidas. Paz e Bem

sábado, 6 de setembro de 2008

Família até por cima do muro

Nossa mãe sempre esteve presente na vida de toda comunidade, participando indiretamente com conselhos, histórias, e compartilhando experiências, vivências e também receitas preparadas com todo carinho. As famílias sempre tinham nela uma referencia de amizade e carinho, que ela compartilhava com o maior prazer, tanto as abastadas, como também as mais humildes.
Nesta história de participação irmanada com todos, há muitos anos vieram morar ao lado de nossa casa, um casal muito bacana, que trouxeram consigo, uma bela história de vida, com muitas referencias de vida religiosa, coisa que agradava muito aos sentidos de nossa mãe. Com eles vieram suas filhas primogênitas, que mais parecem gêmeas, de tão bonito que é o relacionamento delas, e logo depois, nasceu o filho temporão, que sempre foi um menino muito querido.
Estas crianças cresceram partilhando com nossa mãe muitos momentos, e o mais legal, é que muitos deles, aliás, a maioria deles deu-se por cima do muro que divide nossas casas. Através dele, foram contadas histórias infinitas, confidências, relatos das vidas de ambas as famílias, trocas de cortesias, tais como: bolos, pães e muita amizade.
O que nossa mãe mais se orgulhava na relação com esta família vizinha, é que a estima recíproca adquirida ao longo dos anos, lhe dera o status de avó, pois assim que as crianças lhe tinham, e assim que a mãe delas estimulara, pois tinha em nossa mãe, carinho tamanho, que em diversas vezes lhe citou que a adotara como sua própria mãe. E assim por anos fora chamada por cima do muro, como “vó ia”, termo que ela mesma adotara, quando fazia referências a si, perante as crianças que chegavam a ela.
Como nenhum de nós, seus filhos, chegou-se a formar-se na faculdade, ela tinha o maior orgulho da dedicação das meninas vizinhas tinham com os estudos, assim como tinha com a menina vizinha da outra casa, que se formou em veterinária. Mas estas meninas formaram-se em Direito e ela era tão entusiasta desta profissionalização, que sempre fazia referências, que elas iriam restabelecer sua dignidade abalada num processo da guarda de seus netos, gerados no segundo casamento de nosso irmão mais velho, e que lhe causará muita tristeza, tanto pelo afastamento sentenciado pelo juiz, como também pelas acusações infundadas, geradas pelos relatórios dos assistentes sociais que fizeram a análise do caso.
Este relato fora feito, devido a visita que recebemos de uma das meninas, que veio até nós com esta foto, contando o orgulho que ela tinha em ter convivido com nossa mãezinha, e os princípios morais que elas tem em relação a suas vidas e futuros, que certamente alegraram a alma de nossa mãe onde quer que ela esteja.

domingo, 31 de agosto de 2008

Sonhos atuais II

Falando em sonhos, ontem na hora da confraternização do almoço, em homenagem ao aniversario do Ademir, que foi na terça-feira passada, ouvi de longe o Marcelinho comentando ter sonhado com a vó Maria. Ele relatou que a vó Maria havia se reconciliado com a vizinha ao lado.
Realmente a mãe tinha esta mágoa de ter perdido contato com os vizinhos da casa do seu Pedrozo, pessoas que ela sempre estimou, e que numa atitude de tentar alerta-los que estavam perdendo seu filho para o mal, e de tentar protege-los chamando a segurança pública para interferir numa desavença, acabou sendo mal interpretada. A senhora Pedrozo veio a falecer logo em seguida a este fato, e a mãe ficou intrigada e triste com a possibilidade da família deles vincular um fato ao outro, dando a entender que o falecimento da senhora Pedrozo ser culpa dela.
Ela sempre comentava seus sonhos e interpretações comigo, acho que este legado me foi deixado, pois fui companheiro de suas confidencias e comentários por toda vida, e neste sentido, acredito que o sonho do Marcelinho tenha tudo a ver com a real reconciliação com o casal Pedrozo. Pois lá no lugar onde todos vivem em comunhão, tenho certeza que minha mãe foi perdoada por qualquer dúvida que existisse, pois ela rezou centenas de vezes para receber o perdão deste casal, e que os mesmo encontrassem a luz divina.

Sonhos atuais I

Tenho uma amiguinha chamada Bruna, que sonhou que conversávamos com a avó dela, na casa que ela deixou para eles, mas só que a casa era a antiga ainda, e não a nova que existe hoje em dia. Este sonho aconteceu exatamente na época em que tivemos de nos reunir para decidir o que fazer com o patrimônio da família.
Reunimo-nos na segunda-feira posterior ao falecimento de nossa mãe, e colocamos diversos assuntos em pauta, tais como, o pagamento de despesas, destino de roupas e outras coisas. A nossa casa foi o principal item, pois ela fora construída por todos ao longo dos anos, e nos foi doada em usos e frutos, logo que meu pai saiu de casa.
Conforme foi combinado, nossa mãe gerenciou tudo até os últimos minutos de sua vida, aqui tudo tem a carinha dela, o jeitinho dela, com quadros da família em lugar privilegiado, e também imagens de Jesus, Nossa Senhora e Santos por todos os cantos. As panelas ainda estavam sujas e cheias de comida, seu quartinho mantinha as roupas suadas dos últimos dias, e tudo mais que existe na casa, exatamente como ela deixou.
Precisamos tocar a vida em frente, e tomar decisões, como no caso qual destino seria dado a casa, pois ainda moro nela, e sou sozinho. Convidei meu irmão mais velho a vir morar aqui, e ele preferiu dar uma outra sugestão, no qual veio exatamente de encontro à expectativa de todos, que é a construção de um condomínio familiar, onde cada um poderá construir sua casa de acordo com um projeto que iremos encomendar, enquanto isso eu continuo a morar na casa como ela está hoje em dia, exatamente como aconteceu no sonho da Bruninha. Mas ainda tinha a questão do vazio existencial que ficou a casa, então propus que meu sobrinho Marcelinho viesse morar aqui, trazendo sua esposa e filhinha, dando-lhes a possibilidade de fazer economia até que possam adquirir seu próprio patrimônio e também me fazendo companhia.
Ontem comemorarmos o aniversário do Ademir aqui em casa, e aproveitamos para preparar algumas peças da casa para a vinda dos novos moradores. Resolvido a questão Marcelo, ficou a questão Lucas, outro filho do Ademir, que teve há algum tempo um grave problema de saúde psicológica e que precisávamos achar uma maneira de ajudá-lo, foi então que o Ademir deu um presente a toda família, doando seus móveis armazenados aqui em casa para o Lucas poder estruturar a casinha que ele esta alugando com sua nova companheira e filhinho.
Deus é justo, minha mãe zelosa e previdente, e ainda esta intercedendo por nós a cada momento de nossa vida, mandando recados através de sonhos e sinais abençoados. Espero que esta iniciativa que tivemos com nossos primogênitos, sirva para que eles possam encontrar o caminho da luz, e possam dar o mesmo exemplo a todos seus descendentes, que era um dos sonhos de nossa mãe.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Escolhas

Nossa mãe teve uma vida baseada em escolhas, e quase todas embasadas nas respostas de suas orações, coisas que a levaram fazer o bem sempre, o mal nunca a nada, mas que tambem lhe deram a opção por uma vida de lutas e vitórias, como no caso do casamento com nosso pai, de morar no bairro que moramos, de ter sido uma mulher a frente do seu tempo, tirando carteira de habilitação e ter quebrado o paradigma de que mulher e esposa não trabalhavam.
Muitas foram suas escolhas, principalmente a de converter-se em 1974 ao catolicismo, após ter tido uma visão de Nossa Senhora, enquanto estava em tratamento numa clínica psiquiátrica, para curar-se de uma grande depressão. A passagem por esta clínica mudou todas suas concepções, abandonando o espiritismo que acompanhou durante anos, coordenado pela minha madrinha, opção que lhe trouxe muitas respostas, mas nenhuma que lhe trouxe-se alegria.
Nossa mãe sempre quis que sua passagem fosse o mais simples possível, e que gostaria de cantos religiosos e poucos lamentos, tambem pediu como queria que fossem suas vestes, decoração do esquife, mas principalmete o dia e o clima que fosse.
Pasmem vocês, ela sempre desejou que sua passagem ocorre-se num sábado e que seu funerál acontecesse num domingo, pois seria um dia santo, e tambem deixaria todos confortáveis para participar da cerimônia. Foi exatamente o que aconteceu, acrescentando o detalhe que ela gostaria que estivesse chuvendo, pois adorava dias de chuva.
No sábado de sua passagem, é comemorado pela Igreja Católica, a ascenssão de Nossa Senhora aos céus, exatamente no dia de Nossa Senhora da Assumpção.
O clima estava nublado, e na hora da passagem de nossa mãe, o céu fechou-se como na ocasião da passagem de Jesus Cristo, os raios cruzavam para todos os lados e uma chuva torrencial caiu.
Ainda para os céticos das coisas dos céus, fica a informação que no dia aconteceu um eclipse lunar, que para nós católicos, significa uma grande passagem do tempo, como nossos ancestrais sempre acreditaram.
Muitas coisas ainda serão escritas, então acompanhe sempre que possível nossas atualizações.