sábado, 6 de setembro de 2008

Família até por cima do muro

Nossa mãe sempre esteve presente na vida de toda comunidade, participando indiretamente com conselhos, histórias, e compartilhando experiências, vivências e também receitas preparadas com todo carinho. As famílias sempre tinham nela uma referencia de amizade e carinho, que ela compartilhava com o maior prazer, tanto as abastadas, como também as mais humildes.
Nesta história de participação irmanada com todos, há muitos anos vieram morar ao lado de nossa casa, um casal muito bacana, que trouxeram consigo, uma bela história de vida, com muitas referencias de vida religiosa, coisa que agradava muito aos sentidos de nossa mãe. Com eles vieram suas filhas primogênitas, que mais parecem gêmeas, de tão bonito que é o relacionamento delas, e logo depois, nasceu o filho temporão, que sempre foi um menino muito querido.
Estas crianças cresceram partilhando com nossa mãe muitos momentos, e o mais legal, é que muitos deles, aliás, a maioria deles deu-se por cima do muro que divide nossas casas. Através dele, foram contadas histórias infinitas, confidências, relatos das vidas de ambas as famílias, trocas de cortesias, tais como: bolos, pães e muita amizade.
O que nossa mãe mais se orgulhava na relação com esta família vizinha, é que a estima recíproca adquirida ao longo dos anos, lhe dera o status de avó, pois assim que as crianças lhe tinham, e assim que a mãe delas estimulara, pois tinha em nossa mãe, carinho tamanho, que em diversas vezes lhe citou que a adotara como sua própria mãe. E assim por anos fora chamada por cima do muro, como “vó ia”, termo que ela mesma adotara, quando fazia referências a si, perante as crianças que chegavam a ela.
Como nenhum de nós, seus filhos, chegou-se a formar-se na faculdade, ela tinha o maior orgulho da dedicação das meninas vizinhas tinham com os estudos, assim como tinha com a menina vizinha da outra casa, que se formou em veterinária. Mas estas meninas formaram-se em Direito e ela era tão entusiasta desta profissionalização, que sempre fazia referências, que elas iriam restabelecer sua dignidade abalada num processo da guarda de seus netos, gerados no segundo casamento de nosso irmão mais velho, e que lhe causará muita tristeza, tanto pelo afastamento sentenciado pelo juiz, como também pelas acusações infundadas, geradas pelos relatórios dos assistentes sociais que fizeram a análise do caso.
Este relato fora feito, devido a visita que recebemos de uma das meninas, que veio até nós com esta foto, contando o orgulho que ela tinha em ter convivido com nossa mãezinha, e os princípios morais que elas tem em relação a suas vidas e futuros, que certamente alegraram a alma de nossa mãe onde quer que ela esteja.

Um comentário:

Unknown disse...

A Ia está lá em cima cuidando de todos nós como sempre fez e nós estaremos sempre com vocês!!!
beijos