
Foi em um dia que compramos materiais de construção para edificar um muro do lado direito do terreno onde moramos. Ao chegar o caminhão de areia e tijolos, este subiu na calçada da frente e demoronou-a, quebrando e danificando a rede de esgoto e da água, foi péssimo o dano, neste momento o João perdeu todo equilibrio e imediatamente se dirigiu ao Hospital de Cardiologia para se medicar.
Quando chegou em casa falou ao filho Mário Luiz que, precisava por ordem médica sair de casa para se curar, então o filho lhe respondeu, vá pai, para a tia Lurdes em Capão da Canoa ou a tia Luiza em Niteroi (Canoas).
Ele então imediatamente, pegou algumas roupas e objetos de uso diário e tomou o ônibus e se foi.
Alguns dias depois procurei saber dele, se realmente estava nas casas indicadas, mas não estava, então nós ficamos apreensivos e eu fui na rodoviária onde os parentes dele tinham comércio, foi ai que ele passou a se comunicar com os filhos indo no trabalho dos mesmos.
Disse que estava muito feliz, estava fazendo grandes pescarias com os amigos e passando cada tempo na residência dos mesmos.

Mas nestes dias, meses de ausencia dele de casa, busquei a verdade, qual não foi minha surpreza, ele ja tinha outra residência a da Telmo Vergara, bairro Intercap, mas com outra pessoa, foi grande minha dor, mas compreendi que ele optou assim para se curar dos problemas do coração. Sempre procurava os filhos para que eu lhe desse o divorcio, mas eu relutei porque eu e os filhos necessitavamos da presença dele em casa, eu fiquei como uma balança sem peso (daquelas antigas) nem para cima, nem para baixo, fiquei muito doente até que perdi o que fazia, meu trabalho humilde de cabeleireira, para ajudar os filhos para o estudo deles e mesmo na alimentação. Qual não foi iso, que, quase perdi nosso filho menor ainda o Adilson em um acidente.
Nesta época em 1988, pedi a meu marido para ajudar a cuida-lo em horas alternadas no H. Militar, o João Atamiro prontamente me correspondeu e dividiamos as dores e cuidados dispensados à este filho, foram longos meses.

Quando compareci e fui ao encontro da pessoa dele, o meu marido João Atamiro, foi tão bonito o que aconteceu; Nossos advogados não encontraram o juiz ou promotor, então os dois advogados foram dialogar ou assinar a presença.
Eu e meu marido ficamos sentados em um banco num corredor enorme, ficamos como se não houvesse nada à ser feito, do que nós fomos fazer. Conversamos muito sobre os filhos, sobre nós, eu me sentia feliz pois estava com saudades dele, então não houve audiência e saimos nós e os advogados, quando ao passarmos por uma porta do corredor os nossos quatro filhos sairam dali e vieram ao nosso encontro com sorrisos e abraços, eu e meus filhos voltamos, mas ele não, se foi novamente.
Passaran-se muitos anos, nós sempre em contato por telefone em reuniões de familia em casa dos ilhos ele veio em casa.
Mas a outra mulher dele sempre impedia tal relacionamento, pois era muito agressiva com meus filhos e familiares dele, exemploa Elizabete, afilhada e sobrinha nossa, por parte dele.
Neste ausencia, ele foi internado para receber um marca-passo, problemas cadiaco.
Os filhos foram avisados, e foram ter com o pai, mas eu era proibida de ir, porque ela mandava recados por intermedio de nossos filhos mas sem conhecimento do João, para eu não ir lá, que o João não queria minha visita.

Meu filho Ademir, dia, mãe não vá, porque ela pode armar um escandalo e prejudicar o pai, eu respeitei sempre meus filhos, mas eu tomava conhecimento da saúde dele, ligando para saber notícias, desta vez foi tudo bem.
Mas passados algum tempo teve de novo fazer algo referente ao coração, novamente ela mandou novo recado, que eu não fosse lá, pois ele o João não queria, mas eu esperava que ele voltasse para casa e eu ligava ou seja telefonava para falar com ele, para saber da saúde dele, sempre fui bem aceita e recíproca em nossa comunicação, mas eu não tocava na proibição, para que ele não se encomodar, sempre procurei ajuda-lo aproximando os filhos, os netos e enviando-lhe cartões de natal, dos quais ela riscava e devolvia a mim sem assinar a remessa. (Mas com aviso de que o João e eu não precisamos disto).
Mesmo assim eu continuei a proporcionar melhores dias a meu marido, porque sentia que ele não era feliz, como queria, mas notei que ele se sentia muito só.

Tinha a cama para ele repousar após o almoço, nestes anos nós sempre nos encontrava na casa do Mário, como bons amigos.

Novamente fez exames médico e verificou que tinha de fazer uma cirurgia para retirada de um quisto ou algo parecido. Mas desta vez eu não fiquei sabendo, o sigilo foi tão grande que nem o Adilson, o filho que mora comigo em casa, só ficou sabendo depois que ele estava em casa, mas eu conversando com minha netinha de quatro anos, ela me disse, vó eu e papai ficamos no jardim do Hospital para a mamãe ver o vô João que esta lá, fiquei surpresa, porque ninguem falou nada. Foi ai que perguntei a Jurema o que estava acontecendo e ela respondeu que, o pai tinha sido operado, mas que era simples só um furinho e ele estava bem, mas eu não acreditei e rapidamente tomei o telefone e liguei para meu marido na casa dele.

Mas passaram-se um mês e dias e tudo foi repetido, novamente foi hospitalizado, desta vez por um infarto, ela novamente usou de mã fé, usou no filho Mário Luiz.
O Meu marido João foi internado na Santa Casa às vinte horas, mas desde as três da tarde estava infartado, não compreendo porque tanto tempo para o socorro.
Desta vez foi assim...

"A pessoa em coma profunda proibiria?"
Então eu ja havia descidido que desta vez ela, a Constantina não me proibiria de vê-lo.
Falei para meus visinhos e amigos dizendo: Eu teimei com minha (falecida) mãe e me casei com o homem que eu amo, não é a constantina que vai me afastar do meu marido nesta hora, eu quero estar junto dele, eu quero falar pessolamente , nem que seja sentir ele próximo a mim.

Lá na Santa Casa falei com o Padre Lino para que o João fosse assistido com mais este sacramento, o da unção dos enfermos, dos santos óleos e tudo mais, que um cristão merecidamente faz júz. O Padre como é de costume e o apostolado dele é maravilhoso mostrou-me a lista de paciêntes baixados todos os dias e que ele carinhosamente acompanha.
Contei tudo ao Padre Lino, chorei muito e ele me deu a benção e palavras amigas das quais só ele as saber dar, porque um Capelão de hospital é um verdadeiro ap´sotolod e Cristo.
Fui na capela rezar o terço, o rosário de Nossa Senhora, pedi pela recuperação do meu marido, pedi pela conversão da Constantina e por todos que ali se encontravam doentes e muitos abandonados.
Vendo e sentindo tudo isto, agora escrevo para um futuro de graças a meus filhos e netos, que lhes sirva de luz da caminhada.
Maria Arzelina da Silva
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